
I
Pejuçara, vagem de sílabas,
palavra que começa verde
e amadurece na boca.
Pejuçara, compota de notas,
palavra que começa engolida
e acaba arrotada.
II
Não é no mapa
que te achas situada,
é no poema, Pejuçara,
que o poeta te alfineta
como uma borboleta
de asas não catalogadas.
Não é na placa
que está tua estrada,
é no poema, Pejuçara,
que planto a palmeira
e saberão teu caminho
pelas folhas da bandeira.
III
Pejuçara, ilha
fictícia como Cuba,
real como Ítaca.
Pejuçara, não é onde fica
Pejuçara, fica onde é.

Acharam o silêncio.
- Dedé! Dedéco!?
Onde é que tu tá, guri?
Eu nem um pio.
Revisaram a casa,
revistaram o pátio,
nada de mim.
- Dedé! Dedéco!?
Onde é que tu tá, piá?
- Dedé! Dedéco!?
Onde é que tu tá, guri?
Eu nem um pio.
Revisaram a casa,
revistaram o pátio,
nada de mim.
- Dedé! Dedéco!?
Onde é que tu tá, piá?
Aqui dentro.